Um jovem de 24 anos morreu e outras cinco pessoas ficaram feridas após uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar no Morro do Santo Amaro, zona sul do Rio de Janeiro, na madrugada de sábado (7). A comunidade participava de uma Festa Junina na rua quando os tiros começaram. “Não era baile funk, era festa junina”, declarou o grupo de dança Balão Dourado. “Uma tragédia causada por uma denúncia falsa que o Bope acreditou.”
O morto foi identificado como Herus Guimarães Mendes, de 24 anos, segundo informações da ONG Voz das Comunidades e do jornal O Estado de S. Paulo ele trabalhava como motoboy. Heruou chegou a ser levado ao Hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos.
As outras cinco vítimas foram atendidas no Hospital Municipal Souza Aguiar.
Ação dos policiais foi gravada
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o momento em que uma quadrilha se apresentava no arraial e é interrompida pelo tiroteio. “Dezenas de crianças e jovens dançando quadrilha”, relatou o grupo Balão Dourado em nota. “O Morro do Santo Amaro está de luto.”
Emanuel Silva, de 17 anos, um dos integrantes do grupo, também foi atingido. Recebeu alta no mesmo dia e se manifestou pelas redes: “Se Deus quiser, já já vou estar na rua de novo.”
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar do Rio declarou que a operação foi motivada por informações sobre “criminosos fortemente armados” reunidos na comunidade. Em nota, a corporação afirmou que os policiais foram atacados e que houve confronto. “No momento da ação, havia um evento na comunidade. De acordo com o comando do Bope, criminosos atiraram contra os policiais nesta região, porém não houve revide por parte das equipes”, informou.
A PM acrescentou que as câmeras corporais estavam em uso e que as imagens estão sendo analisadas pela Corregedoria. Um procedimento foi aberto pelo próprio comando do Bope.
Protestos
No domingo (9), moradores protestaram contra a ação. Faixas foram erguidas nas ruas: “Justiça por Herus Guimarães”, “Morro Santo Amaro pede paz”, “Festa Junina não é lugar de operação policial”.
A ocorrência foi registrada na 9ª Delegacia de Polícia. Segundo a PM, a operação buscava impedir uma possível disputa territorial entre grupos rivais na região.
*Com informações do Estadão
