STF: Bolsonaro revela conversa com Forças, mas nega tentativa de golpe

STF: Bolsonaro revela conversa com Forças, mas nega tentativa de golpe

Em interrogatório no STF, Bolsonaro chamou 8/1 de “baderna”, pediu desculpas a ministros e brincou com Moraes, chamando-o para ser vice

Após ouvir o ex-comandante da Marinha almirante Almir Garniero ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) interrogou, na tarde desta terça-feira (10/6), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O ministro Alexandre de Moraes, do STF, conduziu o interrogatório, que durou pouco mais de 3 horas e acabou um pouco antes das 17h.

Bolsonaro foi ouvido na ação que investiga uma suposta trama golpista para mantê-lo no poder após o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ao longo do interrogatório, o ex-presidente admitiu que “hipóteses” foram debatidas, inclusive com comandantes das Forças Armadas, em relação à contestação do resultado das eleições. Ele garantiu, no entanto, que tudo foi feito “dentro das quatro linhas da Constituição”.

Ele ressaltou que as conversas nesse sentido, com comandantes militares, foram mais no sentido de “desabafo”. O ex-presidente disse, no entanto, que a ideia não foi adiante.

“Não tinha clima, não tinha oportunidade, não tínhamos uma base minimamente sólida para se fazer qualquer coisa”, destacou.

O depoimento teve momentos descontraídos, assim como ocorreu com outros réus. O ex-presidente fez uma brincadeira e convidou Alexandre de Moraes para ser seu candidato a vice em 2026, arrancando risos da plateia e do próprio ministro do STF.

Moraes respondeu objetivamente: “Declino”.

O ex-presidente rechaçou a declaração dada pelo tenente-coronel Mauro Cid, delator da trama golpista, de que Jair Bolsonaro teria recebido uma minuta de golpe e a enxugado, mantendo o nome de Alexandre de Moraes entre as autoridades a serem presas. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro fez a declaração durante seu interrogatório, na segunda-feira (9/6).

“Não procede o enxugamento [da minuta]”, garante Bolsonaro.

Bolsonaro também negou participação em articulações golpistas e definiu a manifestação de 8 de janeiro de 2023, quando houve quebra-quebra na Praça dos Três Poderes, como “baderna”.