Trump assumirá o governo após campanha com discursos considerados extremistas, a exemplo da radicalização anti-imigração
Com a vitória contra Kamala Harris, Donald Trump fez história no partido ao se tornar o primeiro presidente republicano a retornar para um segundo mandato, quatro anos após perder a reeleição. Antes, o único a atingir a marca foi o democrata Grover Cleveland, ao se tornar o 24º presidente dos Estados Unidos (1893-1897).
Em campanha marcada por ataques à rival e resultados de pesquisas acirrados, Trump volta à Casa Branca, no contexto de desistência da reeleição por parte do presidente Joe Biden. O desempenho ruim do democrata no primeiro debate e em entrevistas o fez desistir da corrida presidencial, sob pressão até de aliados.
Fortalecido, apesar dos processos aos quais foi submetido nos últimos anos e da suspeita de incentivar a invasão ao Capitólio, em tentativa de impedir a certificação de Biden, Trump assumirá com discursos considerados extremistas, a exemplo da radicalização contra imigrantes.
Trajetória de Donald Trump
Nascido em Nova York, Trump assumiu os negócios do pai e multiplicou a fortuna antes de ingressar na política. Em 2005, casou-se com Melania Knauss. Além do filho Barron, com a atual esposa, o presidente eleito tem outros quatro de casamentos anteriores: Donald Jr., Ivanka, Eric e Tiffany.
A primeira eleição veio em 2016. Embora tenha perdido por voto popular, Trump derrotou a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, quando conquistou a maioria dos delegados. Naquela ocasião, usou o slogan “Fazer a América grande novamente” (“Make America great again”).
Muro na fronteira, Israel e Coreia do Norte
Entre os principais feitos do primeiro mandato, está o início da construção de um grande muro na fronteira com o México, com o objetivo de frear a entrada ilegal de imigrantes nos EUA. Ainda na política externa, Trump mudou a Embaixada dos EUA, em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém, e protagonizou o histórico encontro com o líder supremo da Coreia do Norte, Ki Jong Um.
Derrota em 2020
Trump perdeu a reeleição para o candidato democrata Joe Biden em 2020, ocasião em que não reconheceu a derrota. Sem provas, fez acusações de fraude eleitoral. Em comício, encorajou os apoiadores a protestarem contra a contagem dos votos do Colégio Eleitoral, prestes a ocorrer no Congresso.
O comício teria incentivado os manifestantes a invadiram o Capitólio, em 6 de janeiro. A contagem dos votos foi interrompida. Imediatamente, a força policial agiu contra os invasores. Mesmo assim, cinco pessoas morreram. Os danos ao patrimônio público chegaram a casa dos milhões de dólares.
Alvo de dois processos de impeachment
Trump também foi o único presidente americano a ser alvo de dois processos de impeachment. Em ambos, foi absolvido.
O primeiro, iniciado em 2019, diz respeito à obstrução do Congresso e ao abuso de poder, quando foi acusado de pressionar o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a investigar o filho do então ex-vice-presidente Biden. O segundo, em 2021, diz respeito à suspeita de incitação à insurreição, envolvendo os atos de 6 de janeiro.
Grover Cleveland (1885-1889 e 1893-1897)
Primeiro democrata eleito após a Guerra Civil, Grover Cleveland, até o momento, era o único presidente a deixar a Casa Branca e retornar para um segundo mandato quatro anos depois.
Cleveland venceu para o primeiro mandato, entre 1885 e 1889, com o apoio combinado de democratas e republicanos reformistas, os “Mugwumps”, que não gostavam do histórico do oponente James G. Blaine, do Maine. Na campanha de 1888, foi derrotado em meio a governo marcado por medidas consideradas impopulares.
Com informações Band